ATA DA TRIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 03-5-2010.

 


Aos três dias do mês de maio do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Idenir Cecchim, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 325951, 362315, 374698, 381434 e 381505/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Lauriana Nardini, da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer – AAPECAN –, que discorreu sobre a criação e as atividades desenvolvidas por essa entidade e convidou todos para participarem de ação relativa ao Dia da Solidariedade, a ocorrer no dia quinze de maio do corrente, a partir das dez horas, no Parque Farroupilha. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Toni Proença, Aldacir José Oliboni, Pedro Ruas, Dr. Raul, João Antonio Dib e Waldir Canal manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra à senhora Lauriana Nardini, para considerações finais sobre o assunto abordado por Sua Senhoria. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores DJ Cassiá e Dr. Raul. A seguir, os senhores Edson Prado Machado e Afonso de Araújo Filho, em nome do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – SIMERS –, procederam à entrega, ao senhor Presidente, de documentação referente aos serviços públicos de saúde em Porto Alegre, tendo-se manifestado a respeito o vereador Aldacir José Oliboni. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, a vereadora Fernanda Melchionna formulou Requerimento verbal, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10 (Processo nº 1093/10), o qual, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo, foi retirado pela autora, tendo-se manifestado a respeito o vereador João Antonio Dib. Em continuidade, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do vereador Mauro Pinheiro, Vice-Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10. A seguir, foi rejeitado Requerimento de autoria do vereador Mauro Pinheiro, solicitando que as Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes, por vinte e um votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelo vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Celeste, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Na oportunidade, o vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente, solicitando a distribuição aos senhores Vereadores de cópias das Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10. Às quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e cinquenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10 e foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10, o qual, após ser discutido pelos vereadores Maria Celeste, Sebastião Melo, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna e Paulinho Ruben Berta, teve suspensa sua discussão, em face da inexistência de quórum. Às dezessete horas e vinte e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Aldacir José Oliboni, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Estão abertos os trabalhos desta Sessão Ordinária. Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Lauriana Nardini, representando a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à Entidade.

 

A SRA. LAURIANA NARDINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Aapecan - Associação de Apoio a Pessoas com Câncer -, nasceu em Caxias do Sul no dia 28 de março de 2005. A ideia de abrir uma ONG que atendesse pessoas com câncer surgiu de um grupo de voluntários que realizava atividades para a comunidade, como visitas a hospitais, bairros e associações beneficentes, pois, durante essas visitas, percebiam que era difícil às pessoas com câncer terem as suas necessidades básicas atendidas, principalmente no período da pós-internação, porque a continuidade do tratamento e dos suplementos necessários geralmente tinham um custo elevado, principalmente para aqueles que usavam sonda para se alimentar, bem como os medicamentos que não se conseguem na rede pública. A Aapecan, então, surgiu em função dessas dificuldades.

Em 2008, foi aberta a unidade de Porto Alegre, e devido à demanda, foi descentralizada para outras regiões do Estado. Foram criadas outras unidades nos Municípios de Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Bento Gonçalves, Pelotas, postos de atendimento em Rio Grande, Lajeado, Farroupilha, Lagoa Vermelha e Ijuí. No total são dez unidades.

O objetivo é prestar assistência social às pessoas com câncer e aos seus familiares que se encontram num processo de vulnerabilidade, suprindo as necessidades básicas como alimentação e suplementos alimentares, medicamentos, exames, concomitantemente ao apoio humano-emocional. Esse apoio humano-emocional nós damos por meio de oficinas de artesanato, de grupos de psicologia; temos uma advogada que presta serviço voluntário na parte da Previdência Social, uma nutricionista que acompanha nas visitas domiciliares ou no atendimento individual.

A missão é atender, orientar, integrar e fornecer assistência humano-emocional, bem como financeiro-material a pessoas com câncer que se encontram em situação de vulnerabilidade social, proporcionando uma melhor qualidade de vida a esses usuários e familiares.

A visão da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer - Aapecan -, pretende ser um centro de referência em atendimento a usuários com câncer por meio de ações decisivas destinadas a gerar medidas preventivas e de informação para o enfrentamento do tratamento de usuários de todo o Brasil.

Nós temos uma equipe de técnicos - assistente social e psicologia - que faz o cadastro, o acolhimento das pessoas que chegam na instituição, geralmente pessoas de baixa renda; nos fazemos a visita domiciliar com trabalho de grupos, participamos das redes internas e externas. Temos um trabalho voltado para a terapia tanto para a família como para o usuário; temos reuniões para que haja uma melhor interação das equipes de trabalho, e também elaboramos projetos para que sejam apresentados fora da instituição.

A parte da psicologia desenvolve trabalho de grupo, o acolhimento dos usuários e familiares, o atendimento individual, trabalho de grupo com a equipe de trabalho, e a elaboração de projetos na área da psicologia.

O nosso trabalho voluntário eu já citei, que são o Direito, a nutrição, e temos também uma terapia de Reiki, que é uma energia através das mãos.

Quanto ao Serviço Social, temos por meta o acolhimento dos usuários e trazer-lhes orientação, encaminhamentos. Realizamos reuniões com os usuários, acompanhamos seus casos; fazemos a avaliação do perfil socioeconômico. Procedemos visitas domiciliares; trabalhos em rede interna e externa; reuniões de equipe para que haja um trabalho conjunto; reuniões em espaços institucionais; reunião mensal com telemarketing e mensageira; divulgação do trabalho em rádios, televisão, e espaços institucionais, e elaboramos projetos. Quanto à Psicologia, desenvolvemos um trabalho de grupo, com o acolhimento dos usuários e familiares, e também o atendimento individual. Há reuniões do grupo com a equipe de trabalho, e reuniões da equipe. Participamos na divulgação do trabalho em rádios e televisão; realizamos palestras, e elaboramos projetos na área.

Quanto aos trabalhos realizados pela Instituição, há uma parceria com o Hemocentro para captar doadores de medula óssea; fazemos campanhas de combate ao tabagismo, de prevenção de câncer de mama e de colo de útero; temos o projeto Uma Tarde na Aapecan, que envolve o grupo Renascer, com trabalho de psicologia e a oficina de artesanato. Também temos o Projeto Passeando, que tem por objetivo a qualidade de vida, o entretenimento, a diversão e a integração do grupo.

A Aapecan trabalha em prol da campanha de doação de medula óssea, para conscientizar a população de que estamos inseridos em campanhas de medula óssea para que cada vez mais pessoas possam salvar vidas. Quanto mais cadastros de pessoas tivermos, melhor para encontrarmos uma pessoa compatível no banco de medula óssea. A Aapecan vem trabalhando nisso, juntamente com o Hemocentro, desde 2007. Em 2009 foram feitos sete mil 747 cadastros, e a Aapecan esteve envolvida nessas campanhas em todo o Estado.

O que é necessário para se tornar um doador de medula óssea? É necessário preencher um formulário com dados pessoais do possível doador. No momento do cadastro é preciso levar junto o RG ou carteira de habilitação; é preciso ter entre 18 e 55 anos incompletos e estar em bom estado de saúde. Seu sangue será tipado por exame de HLA - histocompatibilidade, um teste de laboratório para identificar sua genética; seu tipo de HLA será colocado no cadastro. Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada; se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários; se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação. Seu atual estado de saúde será, então, avaliado.

Aproveitando, quero dizer que no dia 15 de maio teremos uma campanha de doação de medula óssea, no Brique da Redenção, que será no Dia da Solidariedade. Então, convido a todos os Vereadores que não têm cadastro, no dia 15, num sábado, a partir das 10h, na Redenção, quando estaremos fazendo essas coletas. O Hemocentro estará lá; conto com a participação de vocês. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigada, Lauriana Nardini. Convidamos V. Sª para fazer parte da Mesa.

O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar e parabenizar a Srª Lauriana pela brilhante manifestação sobre a Aapecan. Nesse momento, quando as pessoas descobrem que têm essa doença, é que nos tornamos todos iguais, infelizmente. A Aapecan faz esse trabalho principalmente com as pessoas que mais precisam do voluntariado, mais precisam do Estado, das entidades, que são aquelas pessoas com mais carência afetiva, econômica e social; pessoas em vulnerabilidade social, que encontram na Aapecan uma mão amiga, um ombro amigo, a voz de apoio. Muitas vezes, como se lê nos depoimentos desse fôlder da Aapecan, ao encontrar apoio e orientação de uma instituição como essa, as pessoas conseguem superar a doença e seguir as suas vidas, enfrentando a doença como ela deve ser enfrentada, com a informação e o apoio necessários.

Portanto, Lauriana, receba aqui os nossos parabéns, transmita-os à Direção da Aapecan, e que vocês tenham vida longa e voltada para o voluntariado e ao trabalho de apoio às pessoas doentes de câncer. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; quero, em nome da Bancada do PT, cumprimentar e dar as boas-vindas à Lauriana Nardini, associada e assistente social da Aapecan, que traz para nós hoje a palavra da Associação de Apoio às Pessoas com Câncer. Eu estava ouvindo atentamente, e é importante divulgar para Porto Alegre, para todo o Estado do Rio Grande do Sul o site da Aapecan, que é www.aapecan.org.br, porque estamos percebendo, no folheto da Associação, que existem muitas informações; dentre elas, uma orientação não só para as pessoas que hoje possuem câncer, mas principalmente àquelas que querem entrar no banco de doadores de medula, inclusive na Câmara temos muitos Vereadores com projetos nessa área. Sou um destes Vereadores e autor do Projeto que institui o Dia Municipal da Doação. O importante, mais do que isso, não é só Projetos de Lei, mas aquilo que de fato acontece no dia a dia. Por exemplo, no dia 15, como a nossa convidada Lauriana anunciou, serão cadastrados doadores no Brique da Redenção, numa bela iniciativa, num excelente trabalho.

Sabemos que as pessoas ficam muito deprimidas com a doença, ficam com um enorme problema familiar, e é preciso que haja uma instituição que dialogue com essas pessoas, que as oriente, não só para o atendimento, mas principalmente para a coleta e a distribuição dos medicamentos. Porque muitas são as famílias que têm dificuldade e não conseguem acessar esse serviço.

Então nós, da Bancada do PT, queremos parabenizá-la e desejar-lhe sucesso! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srª Lauriana Nardini, é uma honra tê-la aqui conosco. Quero dizer, em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna, que somos a Bancada do PSOL na Casa, que valorizamos muito a sua luta, damos muito importância à Associação de Apoio a Pessoas com Câncer. Digo-lhe mais: estaremos pessoalmente nesse evento de 15 de maio ou em outros, não só este Vereador, como a Verª Fernanda Melchionna, o nosso Coordenador da Bancada, o Marcos, e quantas pessoas pudermos mobilizar nesse sentido.

Então, receba de nós o apoio ao seu trabalho - essa é uma verdadeira missão - e também aos seus pares. Conte sempre conosco e, tenho certeza, com todas as Bancadas com assento nesta Casa. Particularmente, aqui me cabe falar em nome do PSOL. Em relação ao PSOL, tenha a certeza de que nunca lhe faltará o meio correto de ajudar numa causa tão preciosa como essa. Parabéns, e conte conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, quero saudar a Srª Lauriana Nardini por essa missão tão nobre que é representar e fazer as pessoas com câncer terem uma atenção maior.

Eu, enquanto Vereador e médico, reconheço o trabalho da Aapecan, e são 30 anos de Saúde pública. Infelizmente, temos que dizer que a nossa Região Sul do País é a Região onde mais se morre de câncer. Infelizmente, por mais que se faça, esses são os dados de que se dispõe hoje do Ministério da Saúde. Sabemos que a violência, as estradas, a falta de segurança matam muito. Sabemos que, antes, as doenças cardiovasculares eram as que mais matavam, mas, agora, a questão do câncer cada vez mais vem se avolumando na Região Sul. Em especial, essa área da medula óssea é uma área em que efetivamente podemos contribuir, podemos colaborar para que as pessoas com leucemia tenham realmente cura contra essa doença tão insidiosa e tão grave que é o câncer.

Em nome da Bancada do PMDB - Ver. Bernardino Vendruscolo, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Sebastião Melo, o nosso Vereador que hoje assume, Paulo Marques, enfim, de todos os Vereadores do nosso Partido PMDB -, eu gostaria de dizer que estamos juntos nessa luta e estaremos unidos no que precisarem de nós para que realmente possamos enfrentar com maior força essa doença tão séria, tão destruidora e que nos aflige tanto, que é o câncer.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Meu caro Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minha cara Lauriana Nardini, o câncer é uma doença perversa e insidiosa que, muitas vezes, surpreende as pessoas; de repente, alguém tem câncer de pulmão, e nunca fumou. De qualquer forma, fazemos leis, projetos, decretos e uma série de outras coisas que não resolvem esse problema, que é tão sério. Mas tem uma coisa, sim, que é importante para que se encontre solução e ajuda, que é a solidariedade, como a que a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer está fazendo hoje no nosso Estado.

Pelo que entendi, a iniciativa nasceu em Caxias, e sinto-me sempre muito vinculado a Caxias, porque lá fiz o ginásio, de lá parti para cá. Mas fico realmente entusiasmado e até acreditando que o nosso País há de ser melhor amanhã, porque ainda se encontra nas criaturas humanas que fazem este País, aquilo que acho que deveria existir no mundo todo, que vou repetir: solidariedade!

Portanto, os cumprimentos da minha Bancada, Ver. João Carlos Nedel, Ver. Beto Moesch e deste Vereador, dizendo que vocês caminhem, tenham sucesso nessa caminhada e que sejam sempre muito solidários. A todos, Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Waldir Canal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente; Srª Lauriana; gostaria de cumprimentá-la pelo trabalho da Aapecan em meu nome, da Bancada do PRB, e também em nome da Bancada do PSB, do meu colega de assento, o Ver. Airto Ferronato, que me pediu que lhe transmitisse o mesmo apoio, a mesma solidariedade.

O trabalho que a Aapecan tem desenvolvido durante esse longo tempo tem levado às pessoas portadoras de câncer um apoio social, voluntário e afetivo num momento difícil da vida. Estive ali, no último Natal, vendo in loco o trabalho de vocês, e pude ver as pessoas recebendo uma assistência que, com certeza, além de ajudar num momento frágil, dá forças também com os medicamentos, com o apoio psicológico e tem dado condições para as pessoas vencerem essa enfermidade.

Portanto, quero parabenizá-los e cumprimentá-los pelo trabalho da Aapecan. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Srª Lauriana está com a palavra para as suas considerações finais.

 

A SRA. LAURIANA NARDINI: Eu quero agradecer por vocês estarem ouvindo, por meu intermédio, a nossa Instituição. Nós sempre contamos com a colaboração tanto da sociedade civil como de órgãos públicos e também do empresariado; nós sempre buscamos o apoio de todos. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós é que agradecemos e nos colocamos à disposição. Esta Casa se sente gratificada pela sua palestra, e é muito importante que todos conheçam os programas de apoio a pessoas portadoras de câncer.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 14h35min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, imprensa, senhoras e senhores, vocês sabem que nós, que viemos lá da base, Ver. Brasinha, filhos de trabalhadores - de dona de casa, de pedreiro... - humildes, mas com dignidade e com honra, a única coisa, Ver. Brasinha, que temos e mantemos é o nosso nome. E quando determinadas notícias, veiculadas por determinados jornalistas, jornais, enfim, colocando um “s” em algumas palavras, deixam dúvidas perante a opinião pública.

Eu quero dizer aqui, Ver. Paulo Marques, que a minha vida é um livro aberto - Vereador, e eternamente Deputado, Valdir Fraga, que me conhece há muitos anos, desde que ingressei na política, na época da juventude. Faz tempo, Ver. João Bosco, e V. Exª também me conhece, sabe da minha honra, sabe da minha dignidade, sabe o quanto eu lutei para chegar aonde cheguei. Eu tomava café da manhã, às 5 horas, com a Dilma, com a nossa Ministra, na época esposa do Carlos Araújo. Então, são anos e anos batalhando e lutando para chegar aonde eu cheguei, Ver. Paulinho Ruben Berta.

O que me deixa muito triste, triste, Ver. Nilo Santos, nosso Líder, é que meios de comunicações que prestam serviço de muita importância para a nossa sociedade, alguns jornalistas deixam dúvidas, como na matéria que está no jornal Zero Hora, pág. 42: “Políticos do Partido tal...” Ora, digam os nomes, mas não deixem dúvidas. Não façam isso comigo, pelo amor de Deus, e nem com outros que têm honra. Isso dói!

O senhor que está em casa agora me assistindo deve saber o quanto dói uma injustiça!

Agora, se alguém quiser saber das minhas prestações de contas para o Tribunal Eleitoral, elas estão ali abertas, é só chegar e ver o quanto eu gastei e de onde veio o meu dinheiro. Que dinheiro?! Eu nem comitê tinha! Comi mortadela durante minha campanha inteira, porque não tinha dinheiro para comer! Estou aqui em respeito ao voto digno e de confiança daquelas pessoas que me elegeram. Não será um ou outro jornalista que manchará minha imagem!

É muito fácil acusar neste País! É muito fácil jogar no ventilador a dignidade das pessoas! Depois que levantam tudo, que chegam à conclusão, dizem com letras bem pequenininhas, que quase não dá para ler: “Não, ele não era culpado”. Mas, aí, a honra, a dignidade já foram sujadas injustamente!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. DJ CASSIÁ: Eu lhe concedo um aparte, Ver. Brasinha, mas desculpe-me, porque estou emocionado; o senhor também deve estar, porque eu sei o que o senhor passou para chegar aonde o senhor chegou.

 

O Sr. Alceu Brasinha: É verdade, Ver. DJ Cassiá! É terrível, é doído, porque essas pessoas não sabem o tamanho da dificuldade que passamos para chegar até aqui. Eles vêm, jogam palavras ao vento, e o vento leva; é bem assim! Jornalista responsável não faz isso.

Eu tenho certeza da sua dignidade. Eu sei o quanto é difícil, porque já passei por isso muitas vezes. Gostaria de me solidarizar com o senhor, porque é um irmão querido, não porque é do meu Partido, é porque gosto muito de Vossa Excelência.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Brasinha. Eu quero reforçar, mais uma vez, que a nossa imprensa presta um serviço excelente em nosso País, mas há alguns jornalistas - poucos, bem poucos - que, para vender, têm que vender desgraça, e desgraça errada e equivocada!

Ora, sabemos muito bem, Ver. João Bosco Vaz, que há políticos que vivem em cima da desgraça do povo. O dia em que acabar a desgraça do povo, acaba o discurso deles. E há jornalista que, se não tiver coisa ruim para vender, não vende.

Agora, meu Líder, estou aqui fazendo um desabafo. Eu não tenho motivo para fazer defesa do meu nome, porque tenho uma honra limpa; estou aqui fazendo um desabafo, estou indignado, porque na matéria da página 42, há um “s” no fim. Eu não cheguei aqui por meio de um diploma, eu fui eleito pelo voto direto e de confiança do povo. Eu não sou burro, eu sei ler. Se há um “s” ali, é porque significa que há mais de um, de dois, de três, de quatro, de cinco.

Ver. Pedro Ruas, V. Exª me conhece há anos, eu queria estar falando de Educação, de Cultura aqui nesta tribuna.

Repito que as minhas prestações de contas estão no Tribunal Eleitoral, elas foram aprovadas, Ver. Pingo Vilar.

Eu não fui citado, mas há um “s” ali!

Ver. Pedro Ruas, eu vim lá de Itaqui, e quando era criança aprendi que o caráter do homem está na verdade, está na honra. E se eu acusar alguém, eu digo o nome. Para acusar, tem que dizer nome. É muito fácil sair daqui acusando.

Desculpem-me por usar o meu tempo de Grande Expediente para um tema tão... Mas para mim é importante, Ver. João Bosco, e V. Exª sabe porque é importante. Eu saí do gueto, mas o gueto não saiu de mim. No momento em que sai uma matéria como essa, aquele cidadão e aquela senhora humilde que confiaram em mim vão dizer assim: “Será que ele está nessa também?”

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) DJ Cassiá, eu compreendo o seu desabafo e o seu discurso, que seriam até desnecessários, porque ninguém falou no seu nome, ninguém apontou o seu nome, ninguém relacionou o seu nome, e todos o conhecem aqui!

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Vereador. Ninguém apontou, mas se lerem a matéria, diz o quê no final, fala sobre o quê? Políticos: eu faço parte, eu sou político. O que é isso?

E mais uma vez parabenizo a nossa Polícia, o Ministério Público. Se há um Estado em que se tem uma Justiça e uma Polícia em que se pode confiar, é neste Estado. Eu, pelo menos, confio! Não temos aqui corrupção; temos aqui uma Polícia e uma Justiça do bem. Eu tenho certeza, Ver. Nilo Santos, de que o Ministério Público e a Polícia vão chegar aos finalmentes; espero que cheguem de imediato, para acabar com essa ladainha.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ. Cassiá, na realidade, uma matéria dessas desperta a curiosidade das pessoas. Eu também já fui vítima de gozação hoje, disseram: “Nilo, não me diz que tu mandaste matar o Eliseu”. Na realidade, a imprensa se apressa muito em lançar as notícias, mas uma matéria dessas deveria citar nomes. É claro que deveria citar nomes, porque nós vamos ser vítimas, é claro, de algum tipo de chacota. Mas quem nos conhece, Ver. DJ Cassiá, conhece a nossa história, e a nossa Bancada, graças a Deus, é uma Bancada que todos conhecem e admiram também, porque nós conquistamos isso com o tempo. Então, fica aqui o meu pedido para que a imprensa, no momento em que der uma informação dessas, cite nomes, exatamente para que não ocorra esse clima de constrangimento que estamos vivendo neste momento. Obrigado.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Nilo Santos. Quero concluir, dizendo que as suas palavras, Ver. Nilo Santos, nos confortam. A gente sabe, Ver. Tarciso, da nossa honestidade. Agora, há questões que devem ficar claras, porque eu sou um trabalhador, durmo três a quatro horas por dia, eu viro noite trabalhando para adquirir alguma coisa honestamente, o que me orgulha. Eu deito na minha cama, com esta cabecinha no travesseiro, e durmo tranquilamente. Troquei de carro há uma semana, e servi de gozação agora há pouco por causa de uma matéria do jornal Zero Hora. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente.

 

(O Sr. Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Bernardino, na presidência dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, este período de Grande Expediente é importante também para a gente poder falar sobre o nosso mandato. O meu mandato de Vereador, desde 2005 nesta Casa, é voltado basicamente para as questões que envolvem a vida, o desenvolvimento sustentável com respeito ao meio ambiente, o planejamento familiar e a Saúde pública, que são as áreas às quais eu tenho me dedicado há muitos e muitos anos, pois já se vão 30 anos que me formei na nossa Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eu tenho procurado desenvolver projetos aqui na Casa no sentido sempre de construir uma sociedade melhor, porque eu vejo a política como o exercício do bem comum, trazendo uma qualidade de vida melhor para toda a sociedade - sair do Terceiro Mundo -, que no nosso País saia, realmente, do Terceiro Mundo. Alguns desses projetos, eu tenho a satisfação de ver que já se materializaram na Cidade; eles estão proporcionando para as pessoas uma melhor qualidade de vida. O primeiro Projeto que eu coloquei aqui, em 2005, instituía o Centro Municipal de Planejamento Familiar, porque, na minha visão de médico de periferia - até hoje ainda atendo na Vila Campo da Tuca, no Partenon -, as comunidades, principalmente as mais vulneráveis, não estavam tendo um acesso que garantisse um planejamento familiar efetivo, ou seja, tinham dificuldades de acesso aos métodos anticoncepcionais, à informação, principalmente em função de o sistema dificultar muito uma consulta em relação a outra, não havia um órgão centralizador. Hoje, graças a esse Projeto, que já é Lei - hoje já existe em Porto Alegre, no Hospital Presidente Vargas -, nós temos atendido milhares de pessoas de uma maneira mais direta, mais dinâmica, mais centrada, com uma equipe multidisciplinar gratuita, em que as pessoas vão lá e podem fazer a sua vasectomia, a sua ligadura de trompa, o seu tratamento da infertilidade para que o casal possa realmente ter a sua prole, então, nós vimos trabalhando muito essa questão.

Assim instituímos uma série de palestras em escolas a respeito dessa matéria; criamos aqui a Frente Parlamentar em Defesa do Planejamento Familiar, em que temos mais de vinte colegas que fazem parte. Essa questão tem andado muito bem, estamos vigilantes, trabalhando de uma maneira permanente nessa área.

Também em relação às questões do dia a dia da Saúde pública, e como já fui Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em 2007, e sempre militando dentro da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, estamos sempre procurando encaminhar e resolver questões importantes para Cidade nessa área. Uma delas é a questão que envolve o salário dos médicos da Prefeitura de Porto Alegre, sejam eles municipários ou municipalizados. Estamos empenhados nesse processo para que possamos chegar a um acordo, brevemente, com a Prefeitura Municipal. Temos tido algumas reuniões importantes nesse sentido, para que haja um abono efetivo emergencial para os médicos municipários e municipalizados. E que o plano de carreira da classe médica municipária realmente aconteça, e aconteça com brevidade, para que não passemos as dificuldades que temos passado, por exemplo, de não se conseguir, ou de se conseguir muito precariamente novos médicos para atender, com qualidade, a nossa população menos favorecida que precisa do SUS. Nós estamos trabalhando nesse sentido, temos tido avanços, temos tido uma sinalização muito positiva do Prefeito José Fortunati no sentido de construir uma melhor qualidade de atendimento na Cidade.

A valorização dos médicos é, na realidade, a valorização e a implantação de um atendimento melhor para todo o nosso SUS, para toda a cidade de Porto Alegre. Então, estamos empenhados nessa luta.

Em relação ao Programa de Saúde da Família, que, desde o início do Governo José Fogaça conseguimos duplicar, e precisamos ampliar muito na cidade de Porto Alegre, temos nos empenhado muito nisso, e até já aprovamos o Projeto aqui no final do ano passado. Esse Projeto está sendo revisto, e esperamos, realmente, que num período menor de dois meses, tenhamos uma solução, um marco regulatório efetivo, para que possamos avançar de maneira forte nas questões que envolvem a estratégia de Saúde da Família em nossa Cidade. É uma construção de toda a sociedade, de todos os Vereadores, da Secretaria da Saúde, da Secretaria de Gestão, da Secretaria que engloba as questões orçamentárias, da Fazenda. E isso é o reconhecimento dessa necessidade, porque nós precisamos avançar sobre esses vazios que ainda temos em Porto Alegre, no atendimento da população, principalmente aquela com vulnerabilidade social.

Hoje, sabemos que os PSFs atendem em torno de trezentas mil pessoas, e nós precisamos que eles ainda venham a atender, no mínimo, setecentas mil pessoas.

 

O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. DR. RAUL: Concedo, com prazer, um aparte a Vossa Excelência.

 

O Sr. Paulinho Ruben Berta: Vereador, agradeço a V. Exª pelo aparte, e dizer que tenho acompanhado o trabalho de V. Exª na busca da saúde para os cidadãos de Porto Alegre. Quando V. Exª fala sobre os PSFs, quero pedir a sua ajuda, que interfira com a sua disposição de trabalho, porque temos uma parte da Cidade, hoje, que não tem um Programa de Saúde da Família, não tem uma equipe de Programa de Saúde da Família. E sei do compromisso assumido pelo Secretário conosco, que está trabalhando para isso, para instalar uma equipe de Programa de Saúde da Família, uma não, mas quatro equipes de PSFs no Rubem Berta, que é uma cidade, e uma cidade precisa de atenção, principalmente quando se fala em Saúde. Nós temos uma Unidade de Saúde hoje, que, embora com o esforço de todos os profissionais que lá trabalham, não tem condições de atender aquela população. Então, peço ajuda, porque V. Exª tem trabalhado nessa questão da Saúde. Obrigado.

 

O SR. DR. RAUL: Eu lhe agradeço. É muito importante que trabalhemos unidos, porque, na realidade, aquela região é muito carente. Nós estamos trabalhando, também, além de aumentar o número de PSFs lá, na questão das UPAs, das Unidades de Pronto-Atendimento 24 horas, que é um projeto que envolve o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual e a Secretaria Municipal. E a primeira pela qual nós estamos batalhando, há quase dois anos, deve ser instalada de forma rápida, acredito, já que as etapas burocráticas praticamente todas já foram vencidas. Então, ela deve ser instalada no Centro Humanístico Vida, naquela área do eixo nobre da Baltazar, e atenderá em torno de 400 a 500 pessoas por dia, ou seja, é uma estrutura muito importante, uma estrutura que já conta também com o apoio do Hospital Nossa Senhora da Conceição, que vai se envolver com a parte de recursos humanos. Eu tive, na semana passada, uma reunião com o Alexandre de Britto, que hoje é o Diretor Técnico do Grupo Conceição, que já sinalizou nesse sentido. Então, é importante que essas coisas realmente saiam do papel, e aconteçam. Eu acredito que essa UPA, em muito pouco tempo, já deva ser uma realidade para a nossa Porto Alegre.

Eu gostaria de falar também de alguns Projetos que eu tenho em andamento aqui na Casa, que acho que são muito importantes para a Cidade. Um deles é o que cria o Mutirão de Especialidades, ou seja, para que, a cada trimestre, façamos um mutirão daquelas especialidades da rede que atende o SUS. Por que um mutirão? Porque a gente tem experiência já de vários anos, e esse represamento que existe nas consultas especializadas no sistema público precisa ser resolvido, e o trabalho em mutirão rende muito; ele foca muito mais a questão. E é importante que nós possamos trabalhar nas especialidades onde há esse represamento - e são várias, não vou repeti-las todas aqui, mas nós sabemos, por exemplo, da tráumato-ortopedia, da neurologia, urologia, proctologia, otorrino, entre tantas -, e esses mutirões, com certeza, vão amenizar esse tempo de espera a que o cidadão, hoje, muitas vezes, é submetido no nosso Sistema Público de Saúde.

Um outro Projeto importante - este eu já tenho aprovado aqui na Casa, por unanimidade dos colegas - é o reconhecimento do Primeira Infância Melhor, o PIM, como importante política pública na Cidade de Porto Alegre. Então, nós precisamos que as nossas crianças na faixa de zero a três anos, de zero a seis anos, e as nossas gestantes sejam muito bem atendidas. Já há no Estado do Rio Grande do Sul mais de 200 Municípios onde o PIM funciona bem. Em Porto Alegre, ele funciona, mas funciona num pequeno espaço, vamos dizer assim, e precisa ser ampliado; e esta nossa luta, através deste Projeto, que já se materializou, com certeza, ali adiante, vai fazer com que o PIM cresça muito na cidade de Porto Alegre.

Uma outra questão que eu vejo como muito importante dentro do meu mandato é o apoio às políticas públicas para os idosos, e tenho feito várias iniciativas nesse sentido; uma delas, que já é Lei, é a que faz com que os idosos e as pessoas com deficiência possam agendar as suas consultas por telefone nas Unidades onde já são cadastrados. Isso vem sendo implantado no Município aos poucos; sabemos das dificuldades, mas, ao mesmo tempo, temos avançado nesse sentido. São muitas as Unidades que já estão tomando essa iniciativa; nós estamos fiscalizando, porque todo dia recebemos várias ligações e e-mails no gabinete, solicitando que isso seja realmente colocado em prática em determinadas Unidades de Saúde, onde ainda não está implantado o sistema na sua integralidade. Então, eu gostaria que a Secretaria Municipal de Saúde prestasse atenção para agilizar o cumprimento dessa Lei Municipal que estabelece essa nova dinâmica para buscar o conforto e a qualidade de vida dos idosos e das pessoas com deficiência.

Em relação ao idoso também temos alguns Projetos tramitando. Um deles é o que cria o Tudo Fácil do idoso, ou seja, um órgão de políticas públicas integradas, aonde o idoso vá e tenha lá a Educação, a Saúde, a Habitação, a parte documental, a parte jurídica e previdenciária, para que, num mesmo órgão, ele possa ter acesso a todas as políticas públicas relacionadas ao idoso.

Um outro Projeto que está em andamento é o que faz com que o Município entregue, às entidades que fazem a internação de pessoas idosas, os remédios de uso contínuo, diretamente na entidade para aqueles idosos internados.

Gostaria, também, finalizando esta intervenção, de falar de um Projeto que tenho em parceria com o Ver. Beto Moesch, que é sobre a questão do fumo. Eu acredito que nós temos que enfrentar, realmente, a questão do fumo na cidade de Porto Alegre, e isso só se faz proibindo o fumo em recintos coletivos fechados, sejam eles públicos ou privados. Eu, particularmente, sou contra os fumódromos, porque, na realidade, são áreas de disseminação do fumo e de superconcentração de fumo, que não traz benefício algum à saúde e, como de resto, o fumo não traz benefício algum à saúde. Eu sou favorável ao fumo zero; eu acredito que o cigarro não deveria nem existir. São mais de quatro mil substâncias que as pessoas colocam para dentro do seu organismo, causando os mais diversos tipos de câncer, seja o câncer de pulmão, de bexiga, de boca e tantos outros. Praticamente todo o organismo é contaminado por isso. Há trinta anos, eu assisti à defesa de uma tese, na Enfermaria 29, onde fiz residência médica, do nosso querido e grande apologista do combate ao fumo, o Dr. Mário Rigatto, quando ficou provado que 30% do fumo é absorvido, num ambiente coletivo fechado, pelas pessoas não fumantes; ou seja, casais onde um é fumante e outro não, em locais de trabalho, em áreas fechadas onde os fumantes ficam - por ser socialmente aceitável - acabam contaminando os não fumantes. Há a sujeira que passa às roupas, enfim. É importante enfrentarmos isso para fazer com que a sociedade melhore nesse sentido.

Muito obrigado. Desejo muita saúde para todos nós.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, queria fazer um Requerimento e, se possível, ter o atendimento de V. Exª, pois nós estamos aqui com os Diretores do Sindicato Médico, o Sr. Edson Prado Machado, Diretor do Simers; e o Sr. Afonso de Araújo Filho, assessor do Presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, que não pôde estar presente, porque teve uma indisposição de saúde. Eles vieram entregar um Relatório da Saúde em Porto Alegre, e, inclusive confirmar à Comissão de Saúde e Meio Ambiente que terá dois assentos na Comissão Especial que irá discutir o Plano de Cargos e Salários. Então, eu queria, com a sua anuência, que eles se dirigissem à Mesa para entregar à Mesa e à Comissão de Saúde esse Relatório que trouxeram para a Câmara de Vereadores.

 

(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Sem dúvida nenhuma. Vamos abrir essa excepcionalidade, até porque o Líder do Governo também concorda. Então, eu convido o Ver. Oliboni e os demais membros da Comissão de Saúde para se aproximarem da Mesa, juntamente com os visitantes.

 

(Procede-se à entrega do Dossiê da Saúde Pública em Porto Alegre.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):Agradeço ao Sindicato Médico pela presença. A Comissão de Saúde sente-se honrada por ter dois representantes indicados para acompanhar o Plano de Carreira e de Salários. (Pausa.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1093/10 – PROJETO DE LEI DO COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/10, que cria o Fundo Municipal do Planejamento Urbano (FMPU), da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), e altera a Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009, que cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 26-04-10;

- adiada a discussão por duas Sessões.

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLCE nº 001/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, pela importância do tema, eu requeiro, até para discutir melhor com a Liderança do Governo e com todos as outras Bancadas, o adiamento, por uma Sessão, da discussão deste Projeto, para que a gente possa aprofundar o debate sobre um tema tão importante como o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social. Obrigada.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu quero manifestar a minha posição contrária, pois é da mais alta relevância a votação deste Projeto, porque a análise nós já fizemos, e já foi adiada por duas Sessões. Quer dizer, ou nós resolvemos os problemas, ou os problemas nos engolem!

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Como foi feito um Requerimento, esse Requerimento vai ser colocado em votação.

Em votação nominal o Requerimento, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que solicita seja adiada por uma Sessão a discussão do PLCE nº 001/10. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, são 15h13min. Se nós quisermos efetivamente votar, ou melhor, discutir, articular posições e votações, nós temos que ter acordos entre todas as Bancadas. Há pouco, havia aqui mais Vereadores das Bancadas do PT, do PSOL e do PSB do que os da base do Governo. Mais Vereadores! Agora mudou um pouco o desenho momentâneo. Não será pela não participação da minha Bancada - eu falo da participação da minha Bancada, Verª Maria Celeste, do PT, do Partido dos Trabalhadores, Ver. Todeschini -, pois nós estamos dispostos a discutir, a acordar, a emendar, a trabalhar pelo bem da Cidade, já que a nossa bandeira é Porto Alegre! Mas não somos nós que abandonamos os nossos postos, não somos nós que deixamos a Cidade a descoberto, não somos nós que não queremos emendar, discutir, melhorar, planejar um projeto de lei. As senhoras e os senhores estão aqui como prova da nossa disposição, do nosso empenho, da nossa determinação para fazer a coisa certa.

Eu sei que o Ver. Dib está tendo algumas dificuldades no momento, de compor o Plenário, para que a gente possa decidir. E se nós pedirmos, ato contínuo, vinte e quatro presentes, já não há mais vinte e quatro. Eu também não sou daqueles cretinos que acham que a vida parlamentar, Ver. DJ Cassiá, é só aqui no plenário - não sou desses -; acho que temos atividades também com as pessoas que nos buscam, com as pessoas que vêm aqui no fundo do plenário, com determinação, entregar documentos, reivindicar, vêm ao nosso gabinete, precisamos estar em atividades públicas fora daqui. Então, se nós decidimos que hoje vamos votar, pelo menos uma ampla maioria deveria estar aqui, e não está. Então, devagar com o andor; não coloquem, mais uma vez, essa conta na linha de débito do nosso livro-caixa, porque essa não vai colar! Nós queremos discutir, sim, um conjunto de projetos: nos propõem fundo disso, fundo daquilo, fundo daquilo outro! Quem fará o gerenciamento? Quais as garantias que o Governo nos dá? Quais os procedimentos que nós podemos acordar? E como nós vamos poder acompanhar? Se me responderem isso, talvez possamos mudar a nossa posição e votar agora. Mas, em continuando essa situação atual das incertezas, das vacilações, das palavras que são dadas, mas não são cumpridas, evidentemente, que nós vamos chamar a não votação neste momento, e postergar no mínimo para quarta-feira, ter uma presença bojuda, com muita gente aqui atenta, discutindo e votando, porque é isso que o povo de Porto Alegre espera de seus Vereadores. E nós estamos aqui para fazer jus ao voto e à determinação que o povo nos deu: sermos servidores públicos, a nobreza desta Cidade, porque é assim que nos chamam, e não vamos fazer feio. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, solicitando o adiamento por uma Sessão da discussão do PLCE nº 001/10.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; eu vou ser breve. Na verdade, Ver. Adeli, eu acho que o que não colou mesmo foi a reunião que fizemos pela manhã, em que a representação do PT e a representação do PSOL estavam presentes. Então, se nós acertamos um agendamento para o encaminhamento dos projetos a serem aprovados e debatidos, eu acho que nós precisamos, no mínimo, considerar aquilo que as Lideranças lá acordaram, sob pena de não valer mais a pena nós estarmos aqui pela manhã - e nós ficamos das nove e meia até o meio-dia na reunião de Mesa e Lideranças. Então, eu pediria encarecidamente que houvesse essa compreensão, senão, o que nós fazemos aqui todas as segundas-feiras pela manhã, debatendo para acertar o agendamento dos trabalhos, enfim, os projetos que iremos discutir durante a semana? Era isto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, por coerência, retiro o Requerimento que solicita o adiamento da discussão do PLCE nº 001/10 por uma Sessão, para que nós possamos fazer um bom debate, hoje, e votar o Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLCE nº 001/10. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estaria mais tranquila para a votação deste Projeto, se tivéssemos nos permitido e nos dado esse prazo do adiamento por uma Sessão, Ver. João Antonio Dib, porque nós estamos inaugurando aqui uma nova modalidade: a criação de um Fundo Municipal do Planejamento Urbano, específico da Secretaria de Planejamento Municipal, alterando a Lei Complementar que criou o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social. É um Projeto que vem de forma genérica, ampla, que não traz considerações significativas, necessárias e pertinentes à criação desse Fundo; que nos deixa com inúmeras dúvidas, que, ao meu juízo, não foram avaliadas, uma vez que houve uma Comissão Conjunta e, simplesmente, o Relator da CCJ, por competência, de fato, disse que não há óbice legal para tramitação do Projeto. Mas as outras Comissões não avaliaram o mérito necessário para a criação desse Fundo.

E, aqui, nós temos, Ver. João Dib, uma série de questões e indagações que não foram contempladas e respondidas pelo Governo, e eu quero elencar algumas. A primeira, é saber qual a opinião do Conselho Gestor sobre o estudo e a viabilidade na formação desse Fundo, vinculado a apenas uma Secretaria. Nós sabemos que há uma exigência da Lei Federal quanto a esse tipo de Fundo, de que seja vinculado a várias Secretarias, mas este, agora, estará apenas sob a coordenação e execução simplesmente do Secretário de Planejamento do Município. É importante frisar que outras Secretarias são pertinentes e se envolvem nessa questão, como o DEMHAB, a SMAM e a própria SMOV. Então, preocupa-nos, e muito, a criação de um Fundo específico para a Secretaria de Planejamento do Município.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Serei breve, Vereadora. Agradeço e acompanho com atenção, como sempre, os pronunciamentos de Vossa Excelência. E digo mais: o acordo que demos, de Sua Excelência, o Ver. João Dib, e dos demais Vereadores, é para a votação do Projeto, mas não para a sua aprovação. Ou seja, as críticas que V. Exª tem, nós também temos, e temos mais algumas de que faremos a exposição no tempo oportuno. O acordo é para a votação, e não para a aprovação do Projeto. Essas críticas que V. Exª traz à tribuna são corretas. Obrigado, Vereadora.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada pelo esclarecimento, Ver. Pedro Ruas. Acho importante mantermos as deliberações da Mesa e Lideranças, quando da priorização da Ordem do Dia. Mas quero continuar na questão do mérito desse Projeto. Há um percentual destinado especificamente para uma Secretaria. Às demais Secretarias pertinentes a essa temática não há destino de recurso e de percentual, significando que vamos inaugurar uma nova modalidade no Município: cada Secretaria, agora, terá que criar um fundo específico para tratar das suas questões?

Nós também gostaríamos de questionar, e gostaríamos que o Líder do Governo pudesse responder, quem estabeleceu esses percentuais que estão colocados no Projeto especificamente para a Secretaria de Planejamento? Por que esse percentual da criação desse Fundo é maior em 2014, e, a partir de 2015, há uma diminuição? Isso tem a ver com a Secretaria Extraordinária da Copa? Isso tem a ver com os Projetos da Copa na cidade de Porto Alegre?

Este Projeto, no meu entendimento, levanta muitas dúvidas. E nós, Vereadores desta Casa, quero conclamá-los para a responsabilidade, para a seriedade com que nós temos nos portado nos últimos anos, e dizer que, muitas vezes, Projetos que vieram do Governo e que foram votados de forma açodada nesta Casa, estavam eivados de problemas e de erros, inclusive com indicações, depois, via consideração do Ministério Público. Quero aqui lembrar o que aconteceu recentemente no episódio do PSF, no imbróglio do Veto do Prefeito... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Apregoo a Emenda de Liderança nº 01 ao PLCE nº 001/10, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que torna o parágrafo único do art. 4º como § 1º e acrescenta § 2º ao mesmo art. 4º, com a seguinte redação: “Parágrafo 2º - A fiscalização dos recursos auferidos conforme o estabelecido no art. 3º, caberá ao Conselho Gestor do Fundo Municipal de Interesse Social”.

Apregoo a Emenda de Liderança nº 02, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que altera a redação do art. 1º, que passa a constar com a seguinte redação “Art. 1º - Fica criado o Fundo Municipal do Planejamento Urbano (FMPU) da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM) de natureza contábil especial, destinado a financiar e implementar os programas de trabalho desenvolvidos ou coordenados pela referida Secretaria que tratem da habitação de interesse social - HIS, bem como custear cursos para capacitação técnica de seus quadros para atuar nesses programas e ações”.

Em votação Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita a dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCE nº 001/10 à apreciação das Comissões. (Pausa.)

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o Requerimento que solicita a dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCE nº 001/10 às Comissões.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no encaminhamento desta votação da dispensa do envio destas duas Emendas ao exame das Comissões, nós teríamos que, em tese - já que vários Vereadores manifestaram a discordância quanto ao adiamento -, votar para que fosse dispensado o envio às Comissões. Isso impediria o adiamento. Não obstante, Sr. Presidente, acho que se tem de refletir mais sobre o conteúdo das Emendas, porque a Emenda altera o art. 1º do Projeto em debate, e, quando se mexe no art. 1º, está-se mexendo no comando da proposição. Eu não tenho nenhuma razão para ter preconceito com a proposta firmada pela Liderança da Bancada do PT, mas tenho que ter a preocupação com que esse assunto que vem sendo objeto de tantos adiamentos, agora, no seu limite, receba essa Emenda que diz que fica criado o Fundo Municipal de Planejamento Urbano, de natureza contábil especial, destinado a financiar e implementar os programas de trabalho desenvolvidos ou coordenados pela referida Secretaria, que tratem de habitação de Interesse Social, bem como custear cursos para a capacitação técnica de seus quadros para atuar nesses programas e ações.

Ora, aparentemente - e eu queria que a Liderança do Governo atentasse para esse particular, e eventualmente nos orientasse -, consagrada essa redação do art. 1º, a lei que nós vamos votar fica inócua, porque o que a lei está pretendendo é reduzir em 15% nos primeiros anos, e 10% nos anos subsequentes dos recursos da habitação de Interesse Social para ficar destinada ao Planejamento Urbano. Isso já é motivo de polêmica.

Agora, no meu entendimento, consagrado esse art. 1º, nós veremos que o objetivo da proposta anula-se por inteiro. Ademais, a criação, a fiscalização do recurso auferido, conforme estabelecido no art. 3º, diz que caberá ao Conselho Gestor do Fundo Municipal de Interesse Social.

Então, a ideia do Projeto era retirar 15% desse Fundo, em um primeiro momento, para aparelhar a Secretaria do Planejamento. Se a ideia é boa ou má, não importa; importa que essa ideia, nos termos em que é colocada a Emenda, esse Projeto desaparece, porque o que há é o revigoramento do Fundo de Habitação de Interesse Social já vigente nos dias presentes.

Então, Sr. Presidente, acho que a complexidade da matéria não me autoriza a aprovar a dispensa da audiência das Comissões. Pessoalmente, acho que as Comissões têm que opinar sobre esta matéria, e, por isso, antecipo o meu voto contrário à dispensa do envio às Comissões, conforme pretende o Requerimento do Ilustre Líder, em exercício, do Partido dos Trabalhadores. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento que solicita a dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCE nº 001/10 às Comissões. (Pausa.) A Vereadora desiste do encaminhamento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu gostaria que as Emendas fossem distribuídas, para que pudéssemos tomar conhecimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol as utilizou na tribuna; iremos providenciá-las neste momento.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol e pela Verª Maria Celeste, o Requerimento de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCE nº 001/10 às Comissões Permanentes. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 21 votos NÃO.

Seguindo a orientação do nosso Diretor Legislativo, vou ler o art. 170 do Regimento Interno: “A apresentação de emendas, durante a discussão geral, provocará a suspensão da Sessão, pelo prazo máximo de uma hora, para parecer conjunto das Comissões Permanentes ou parecer da Comissão Especial”.

Estão suspensos os trabalhos para uma Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 16h58min): Estão reabertos os trabalhos.

Continuamos a discutir o PLCE nº 001/10. (Pausa.)

Apregoamos a Emenda de Liderança nº 03 ao PLCE nº 001/10, que diz que as alíneas “a” e “b” do inciso VII do art. 2º da Lei Complementar nº 612/09 para a redação proposta pelo art. 5º do PLCE nº 001/10 passa a vigorar conforme segue: Art. 2º... VII... a) 85% (oitenta e cinco por cento)... e b) 90% (noventa por cento). Justificativa: da tribuna. Assinado: Ver. Reginaldo Pujol.

Em votação o Requerimento que solicita dispensa do envio da Emenda de Liderança nº 03 ao PLCE nº 001/10 às Comissões. (Pausa.) Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente, Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto é um Projeto muito importante para a vida da Cidade. O que pretende o Executivo? Aqui quero saudar o Secretário Márcio Bins Ely; temos conversado muito sobre este assunto.

Ver. Cecchim, a nossa Cidade perdeu muito a capacidade de planejamento; aliás, o Brasil perdeu muito, os Estados perderam, e Porto Alegre perdeu muito. Tanto é verdade que, historicamente, o Orçamento da Prefeitura era feito pela Secretaria do Planejamento. Num determinado momento, retirou-se o Orçamento da Secretaria. Nós temos uma máquina de bravos servidores, mas são poucos. Temos uma Secretaria de Planejamento com muitas dificuldades. Falta, às vezes, até o xerox; faltam coisas básicas para aquela Secretaria.

Eu acho, Ver. Braz e Ver. Pujol, que está na hora de nós retomarmos a discussão do Instituto de Planejamento. Nós criamos o Instituto de Planejamento no Plano Diretor; está como indicativo. Eu acho que esta matéria é de alta relevância, não só para Porto Alegre, mas para a Grande Porto Alegre, porque não tem, hoje, como você enfrentar as políticas públicas de habitação, de parcelamento do solo, de transporte coletivo, de tratamento do esgoto, de destino final do lixo se não for de forma compartilhada. E acho que o Instituto pode muito bem dar melhores encaminhamentos.

Mas o que pede a Secretaria? A Secretaria pede que, desse Fundo, um percentual de 15%, até a Copa, fique com o Planejamento, e 10%, depois da Copa, para que ele possa, exatamente, modernizar a Secretaria, Ver. Ferronato.

Que me perdoe o meu amigo Mauro Pinheiro, que eu considero um competente Vereador, mas as Emendas dele burocratizam. Deixem o Gestor administrar isso! É claro que tem que prestar contas. É claro que há uma Administração para isso. É claro que há uma forma para isso, a Lei já estabeleceu. Agora, isso vai nos dar condições de cobrarmos mais agilidade do Márcio, especialmente numa coisa, Márcio, chamada regularização fundiária. Este é um tema desafiador! Nós temos novecentas áreas em Porto Alegre que requerem regularização fundiária, e a Secretaria “não tem perna” para fazer! É a passo de tartaruga, e não é por falta de vontade; é porque não há funcionários, não há equipamentos. Então, eu sou francamente favorável a este Projeto, mas acho, também, que não dá para burocratizar, Ver. Dib - o senhor, que é o Líder do Governo. Eu li atentamente, e acho que assim está bom. Acho que a correção que o Ver. Pujol faz na Emenda está bem, não tem problema nenhum. Acho que servem para o debate as Emendas colocadas pelo Mauro, mas eu volto a dizer: acho que ainda precisamos avançar um pouco mais. Não pode haver várias Prefeituras dentro da mesma Prefeitura, Ver. Márcio; não pode um Processo da SPM levar três meses para chegar à SMAM; não pode levar cinco meses para chegar ao DEP; não pode levar mais seis meses para chegar à Saúde. Isso não dá! Isso não faz bem! Uma cidade que não tem planejamento custa mais caro, Ver. Pedro Ruas, e tem menos qualidade de vida. Quando você tem uma cidade bem planejada, você tem custos menores e qualidade de vida bem melhor. Transferir uma vila é duas ou três vezes mais caro do que assentar uma nova vila.

Por isso, eu tenho absoluta certeza de que a Lei já estabeleceu, dizendo que os recursos do Fundo Municipal serão destinados à execução de programas pela Secretaria Municipal de Planejamento, que compreende o conjunto das ações relativas... Os incisos de I a IX da lei Federal... O que a lei Federal diz? A lei Federal estabelece regularização fundiária, execução de programas e projetos, constituição de reserva fundiária, ordenamento e direcionamento, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, criação de espaços públicos, criação de unidades de conservação. Bom, isso é o que destina a Lei originária.

Quando o Ver. Mauro Pinheiro restringe o uso desta matéria, especialmente dizendo o seguinte: “coordenados pela referida Secretaria que tratem da habitação de interesse social - HIS, bem como custear cursos para capacitação técnica de seus quadros para atuar nesses programas e ações”. Ele reduz especialmente para isso. Então, desculpem-me, mas não contribui, porque é muito mais amplo; aqui eu posso botar em vários programas esse recurso, e, na Emenda, eu posso botar apenas num. Então, me parece que restringe. Por isso, eu quero cumprimentar...(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Secretário Márcio Bins Ely, os nossos cumprimentos. Na mesma linha da exposição e da Justificativa feita pelo nosso colega Ver. Sebastião Melo, eu quero dizer que o último movimento objetivo e concreto no sentido de regularizar áreas em Porto Alegre deu-se no Governo do então Prefeito Alceu Collares, quando o Prefeito ainda era progressista; depois, ele ficou conservador. Porque, quando ele aqui esteve na votação daquele Projeto, tão debatido nesta Casa, que tratou do Pontal do Estaleiro, ele se posicionou contra; mas nós respeitamos. Porém o Prefeito Collares guarda méritos ainda daquela época quando regularizou muitas áreas em Porto Alegre, muitas propriedades. Eu aproveito, então, para fazer este registro na presença do Secretário Márcio.

O que nós notamos nas Secretarias? Um engessamento, uma dificuldade para se aprovar um projeto, por mais simples que seja. Que V. Exª, Vereador desta Casa, hoje Secretário, Márcio Bins Ely, receba deste Vereador esse sentimento, que é o do mercado imobiliário, dos construtores, dos particulares: há muita demora! Então, fica aqui essa vontade de ver V. Exª implementando uma política mais dinâmica.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, só para dizer que aquela lei do Collares não era bem de regularização fundiária; era uma lei de regularização de imóveis, o que é um pouco diferente. Aliás, lei nesse sentido, a nossa Bancada vai levar à votação este ano; uma lei de amplitude que vai regularizar milhares de imóveis nesta Cidade. Essa é a primeira questão. Segundo, V. Exª estava dizendo...

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Da necessidade que temos de agilizar esses processos.

 

O Sr. Sebastião Melo: Concordo com V. Exª; está absolutamente correto! Esse é o caminho que todos nós temos que percorrer.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado pelo aparte, Ver. Sebastião Melo.

Então, quero dizer que nós testemunhamos uma ação, ainda no Governo Collares, de regularização de imóveis, como V. Exª fala, de imóveis de forma isolada e não de loteamentos. Mas, de qualquer sorte, foi lá naquela época de 1982, 1984, por aí; depois não se viu mais nada, Ver. Cecchim, de forma concreta. Nós temos muitas áreas, muitas propriedades irregulares em Porto Alegre. Nós precisamos trabalhar nessa linha, Secretário, hoje Vereador, Maurício. Isso se faz necessário, sim! Por isso vamos votar contrariamente, e esperamos que o Ver. Márcio, hoje Secretário, possa trazer novidades para esta Casa.

Nós ainda não estamos vendo aquilo que nós esperávamos, que é a agilização na aprovação dos projetos. Não falei com o Ver. Maurício, mas imagino que é necessário haver uma integração maior, Maurício, dos técnicos da SMOV, da SPM, de todos os órgãos do Executivo, porque há uma demora muito grande na aprovação dos projetos, mas também há encaminhamentos de forma equivocada. Eu poderia fazer uma analogia, Ver. Cecchim: até alguns anos atrás, as empresas, na recepção dos seus escritórios, se preocupavam mais com a apresentação das pessoas; hoje nós nos preocupamos mais com a qualificação técnica de quem recebe, de quem faz o primeiro contato. E assim não pode ser diferente com os órgãos do Município; eles devem ter técnicos que façam a primeira análise, se os projetos não estiverem completos, que os devolvam na hora, para não acumular dentro da Secretaria e para dar direito a outros tantos. Os projetos demoram muito em Porto Alegre, precisamos agilizá-los.

Nossos cumprimentos ao Executivo, porque traz condições ao Secretário de Planejamento para implementar novas políticas. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a minha saudação ao colega Vereador, hoje Secretário, Márcio Bins Ely.

 

O Sr. Alceu Brasinha: (Aparte fora do microfone.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Daqui a pouco, Ver. Brasinha, nós o faremos, em conjunto com Vossa Excelência.

Eu queria saudar o Secretário Márcio Bins Ely, e dizer que tudo o que for para desburocratizar, tudo o que for para facilitar a vida do cidadão, todo o projeto que for apresentado nesta Casa com esse objetivo terá o meu apoio entusiasmado. Eu costumava dizer, quando era Secretário da Indústria e Comércio, como também foi o Ver. Adeli Sell, que tudo nós faríamos dentro do limite da lei, mas para facilitar ao cidadão, e não usar o limite da lei, lá no início, para dizer não ou para burocratizar.

Então, colegas Vereadores, o meu apoio ao Projeto, para que o cidadão saia ganhando, para que aquele que precisar de uma DM não tenha tanta demora. E que esse Projeto sirva de provocação para a SMAM, para a SMOV, Ver. Maurício, para todas as outras Secretarias, mas principalmente para o Executivo, como um todo, para aparelhar as suas Secretarias para poder atender melhor as pessoas que precisam dos seus serviços, e que atendam melhor as empresas, as pessoas que precisem. Que possam atender rapidamente e que não seja necessário enfrentar uma verdadeira fila “do SUS”, que, aliás, as filas do SUS estão escondidas dentro do computador; que seja facilitado ao cidadão todo e qualquer processo, que haja celeridade. Por isso, o meu apoio a esse Projeto, e meus cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu, da mesma forma que o Ver. Idenir Cecchim, tenho esses objetivos em mente, e quero dizer mais: acho que nós estamos dando uma demonstração, aqui na Casa, de apoio ao trabalho do Secretário Municipal do Planejamento, que sabe, e já ouviu de mim várias vezes, que tem uma tarefa muito importante a realizar. Nós estamos oferecendo uma contribuição material para a Secretaria capaz de permitir que ela se equipe e tenha condição de ter a celeridade que todos nós reclamamos.

Nós esperamos que o Ver. Bins Ely tenha sucesso em seus objetivos e que, além da celeridade, ele traga a sensibilidade de que precisamos ter nessa importante Secretaria do Município para onde converge o desenvolvimento da Cidade, para onde converge a organização da Cidade, e para onde converge até mesmo o cotidiano do porto-alegrense, que lá encontra ou não encontra a resposta objetiva a suas reivindicações, a suas providências. Então, o nosso colega, hoje Secretário, Márcio Bins Ely, que tem o maior interesse nesse Projeto, está tendo uma resposta objetiva da nossa parte. V. Exª sabe que nós tentamos introduzir, na Lei do Plano Diretor, essa disposição. V. Exª é nossa testemunha; nós éramos autores da Subemenda, que era um pouco diferente dessa, mas que era na mesma linha.

Acredito que a Casa vai oferecer à Secretaria esses elementos que são muitos menos para o planejamento da Cidade e muito mais para o controle que a Secretaria do Planejamento, por competência, também tem: no cumprimento de leis, no enquadramento ao Plano Diretor, enfim, no desenvolvimento de uma cidade ecologicamente harmônica que todos queremos, sem nenhum exagero, sem nenhuma omissão, e, sobretudo, muito comprometido com o desenvolvimento efetivo da Cidade.

O Ver. Maurício, que passou pela SMOV, há pouco tempo, me acena afirmativamente com a cabeça, porque eu sei que ele está compreendendo isso. Ele partilha com o Ver. Idenir Cecchim das angustias. Nós precisamos acabar com os motivos que são grandes nesta Cidade, para justificar a demora prolongada que ocorre nos exames dos projetos da cidade de Porto Alegre, fazendo com que, Ver. Márcio, se diga hoje, com razão, que só consegue aprovar projetos no Município quem é economicamente forte. Não que alguém vá ser corrompido lá, mas porque eles têm solidez financeira para aguentar a espera de que se realize.

Eu sei que V. Exª é solidário conosco nessa luta. E saiba que, no meu voto, seguramente no meu voto de apoio a este Projeto, vai a fé que coloco de que V. Exª vá enfrentar esse fato, e que vamos contribuir para dar celeridade, seriedade, e, sobretudo, credibilidade para a ação das duas Secretarias. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores; público que nos assiste; eu ouvia, Secretário, o debate e me perguntava se nós estamos falando do mesmo Projeto. Porque me parece que, em primeiro lugar, uma legislação bastante importante que foi aprovada nesta Casa, que criava o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, oriundo de toda a renda obtida a partir da venda do Solo Criado, como forma, portanto, de criar habitações sociais, Ver. Paulinho, Vossa Excelência que sempre cita o exemplo das comunidades do Rubem Berta. Pois esse Projeto, que foi votado em fevereiro de 2009, ou seja, um ano e pouco atrás, está sendo gravemente mudado, de forma açodada, na minha opinião, sem sequer ter o debate prévio necessário sobre um assunto tão importante entre os Vereadores nem entre a comunidade que é atingida. O Projeto propõe que 15%, até 2014, e 10%, a partir de 2015, desses valores que hoje vão, na totalidade, para o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, irão financiar e implementar os programas e ações de trabalho coordenados pela Secretaria. Quais ações de trabalho? Quais programas? Quem fará o controle social? Qual é o critério para definir o que é ou o que não é importante com um montante de recursos tão grande como esse, de 10% e 15%? Aliás, um Projeto apresentado de maneira tão açodada que mesmo os percentuais do Projeto original vieram escritos de maneira equivocada: 85% e, entre parênteses, 70%; 90% e, entre parênteses, 80%. Não fosse a Emenda do Ver. Pujol, nós estaríamos votando um Projeto que se contradiz, sem saber qual é o percentual! Então, fica a critério da Secretaria o percentual? Então, a Câmara vai votar um cheque em branco para a Secretaria do Planejamento, sem discutir quais serão os programas, as ações de trabalho desenvolvidas ou coordenadas pela Secretaria? Também o Projeto, nosso Líder, Ver. Pedro Ruas, não diz quem vai fiscalizar, quem vai gerenciar; fica a critério da Secretaria do Planejamento Municipal! Então, estamos dando um cheque em branco para a Secretaria do Planejamento? Então é isso: é um montante de recurso vultoso que hoje vai para um Fundo que financia projetos habitacionais de interesse social, esse montante vai ser desvinculado para este Fundo Municipal de Planejamento Urbano sem critérios definidos de programas e ações a serem executadas, sem controle da sociedade civil, com uma junta de administração que será definida por decreto, eu estou lendo o artigo da lei. O art. 4º, Parágrafo único, que diz (Lê.): “A composição, competência e atribuição da Junta de Administração serão definidas por decreto, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, a contar da data da vigência desta Lei Complementar”. Quer dizer, então, querido Rogério, que agora nós votamos a lei antes, e o Secretário tem autonomia total para dizer quem é que vai fiscalizar, quem vai ser a junta da administração!

Mais uma vez esta Câmara está dando cheque em branco ao Executivo, como deu em outros contratos do Município, como deu nos Portais da Cidade cem milhões de reais, sem saber qual é o projeto de Portais da Cidade, porque não foi votado nesta Casa. Como deu, quando houve a dispensa de licitação para contratar o Sollus, e não houve debate suficiente para dizer que tinha que ter licitação na Saúde pública, como deu em vários momentos!

Eu acho que esta Câmara Municipal, os Vereadores e as Vereadoras têm que discutir melhor quem vai fazer a fiscalização, qual é o objeto desses recursos, garantindo que, de fato, tenham grande utilidade social, para que a nossa Porto Alegre avance.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/10.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero saudar o Secretário do Planejamento, Márcio Bins Ely, meu amigo; nós, em Porto Alegre, vivemos uma situação que, há muitos, muitos anos, é calamitosa. Nós temos, na periferia de Porto Alegre, centenas de vilas que estão à espera da regularização fundiária. Em outras palavras: estão à espera do direito de construir uma casa decente, um lar decente e, dessa forma, poder abrigar a sua família. Muitas vezes, um chefe de família faz serão, trabalha, luta muito para poder construir a sua casa. E, por falta de uma regularização fundiária, por falta de uma topografia, por falta do direito - que é sagrado - de morar, não pode fazer isso. Muitas vezes, o projeto para regularização fundiária está parado lá dentro de uma Secretaria. Muitas vezes, projetos para outras coisas também estão nas Secretarias, e não é só na SPM; também é na SMOV, também é no DEP, também é na SMAM. Isso me leva a raciocinar: será que as pessoas que estão lá não fazem porque não querem, ou porque não têm condições? Qualquer Vereador desta Casa hoje tem condições de ser Secretário, mas só ser Secretário resolve? Não; ele tem que ter condições de trabalho, ele tem que poder ampliar, modernizar o seu trabalho. Uma cidade que vai sediar uma Copa do Mundo em 2014... E as Secretarias estão com falta de pessoal, de estrutura, de condições de trabalho! É cômodo ir lá e exigir, mas tem que dar condições para que o trabalho se desenvolva corretamente.

Nós brigamos nesta Casa por melhores salários para os médicos, para todos os trabalhadores, mas temos que, então, apoiar um Projeto como este. E é o que faz a Bancada do PPS: o Ver. Elias Vidal, o Ver. Toni Proença e este Vereador; nós vamos apoiar, trabalhar pelo Projeto, para que ele aconteça, o que quer dizer dar condições a quem quer exercer um bom trabalho e agilizar os processos dentro das Secretarias. Não é só para a SPM, nós temos que buscar melhores condições para todas as Secretarias. A Cidade paga seus impostos para isso. O cidadão quer retorno, mas o Secretário tem que ter condições e armas para brigar. Mandar uma pessoa desarmada para uma briga de foice é mandar esse cidadão para a desgraça.

Então, Secretário, a Bancada do PPS apoia o Projeto, estamos juntos, queremos criar as condições, e esperamos, também, que a SPM procure agilizar. São quase oitocentas vilas em Porto Alegre à espera de uma regularização fundiária, à espera do direito de viver melhor, à espera de poder construir um lar decente para seus filhos. A energia elétrica hoje está lincada à regularização fundiária, a uma topografia. Quer dizer: até quando a periferia não terá a atenção necessária do Poder Público para concluir essa regulamentação da regularização fundiária e, em algumas vilas, as AEIS, Área Especial de Interesse Social?

Então, nós estamos junto, o PPS apoia este Projeto e vota a favor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, conforme Requerimento do Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Temos apenas 14 Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h29min.)

 

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